Istambul: Uma viagem imprevista

Estruturar toda uma viagem para o estrangeiro é uma das partes divertidas da própria viagem em si. Ficamos a conhecer mais o sítio para onde vamos, planeamos o roteiro, tratamos das formalidades, sonhamos com os dias que virão. Mas quando uma viagem é esboçada a tão poucos dias da partida de facto aí o caso muda de figura. Foi o que aconteceu em Junho de 2014 quando eu e uma amiga bloqueámos uma ida de cinco dias até Istambul a apenas duas semanas da data de partida. Uma loucura diriam uns. Uma aventura digo eu. Que acabou por correr bem.

Nesse ano, por ter começado a trabalhar numa nova empresa, não me foi dada oportunidade para marcar previamente as férias. Quem decidiu as datas de pausa foi a empresa consoante as sua disponibilidades de então. Compreensível. Foi assim que vieram as duas semanas em Junho do ano passado. Desolado por não ter com quem viajar, uma vez que não houve conjugação antecipada dos períodos de ferias, desabafei com uma amiga sobre o facto. Por coincidência, ela teria de marcar férias ainda e pediu o mesmo período que eu a fim de fazermos algo juntos. Depois do aval da empresa dela, foi só decidirmos o destino.

Até à última hora, ficámos indecisos entre Praga e Istambul. Sempre quis fazer um circuito pela Turquia que não se circunscrevesse apenas e só a Istambul. Por isso fiquei sempre um pouco reticente em apenas ir à Turquia só para ver a cidade. Não era bem o que tinha planeado. Mas acedi ao desejo da minha amiga em pisar pela primeira vez um país muçulmano (eu já tinha estado no Egito) e lá fomos então parar a Istambul. E a bom ver posso sempre regressar ao país para conhecer o que ainda não conheci. Nessa altura vou aproveitar para rever Istambul.

Foi uma correria para planear a viagem. Basicamente, todas as informações que precisava saber para ir compilei-as para os leitores no anterior post aqui do blog. Como referi anteriormente, optámos por fazer a viagem de avião com a Lufthansa, via Munique, na ida e na volta, e não directamente na Turkish Airlines devido à diferença brutal de preço. A companhia aérea alemã pedia quase menos trezentos euros por pessoa do que a turca. É muito dinheiro. E os horários também eram melhores. Partíamos mais cedo e, apesar da escala de duas horas em cada sentido, também chegaríamos mais cedo a Istambul podendo ainda aproveitar qualquer coisa do primeiro dia para passear. E assim foi.

Escala em Munique, voos da Lufthansa

Escala em Munique, voos da Lufthansa

A viagem com a Lufthansa:

O dia da viagem chegou cedo. Passava pouco tempo depois das 5h da manhã e já tínhamos o check-in feito em Lisboa até Istambul, o nosso destino final. O primeiro trecho da viagem de avião passou rapidamente, sem grandes motivos de interesse para aqui contar. Foi servido um pequeno-almoço quente a bordo e o avião, um Airbus A321, estava quase cheio.

Chegados a Munique foi difícil passar pelo ‘Conection Center’ dada a quantidade de voos a chegar à mesma hora, muitos deles vindos do continente americano com passageiros a quererem chegar rapidamente às suas respectivas salas de embarque. O nosso tempo de conexão foi de pouco mais de duas horas.

Flight Conection Center, aeroporto de Munique

Flight Conection Center, aeroporto de Munique

Pontualmente à hora marcada, um novo Airbus A321 descolou de Munique em direcção a Istambul. Desta vez, foi servido a bordo um almoço quente. Por ser comissário de bordo, pedi no check-in em Lisboa lugares junto a uma das saídas de emergência para os dois trajectos.

Almoço quente servido a bordo na Lufthansa

Almoço quente servido a bordo na Lufthansa

Chegados ao aeroporto de Ataturk em Istambul, passámos rapidamente pela imigração onde os nossos vistos e identidades foram controladas. Junto aos tapetes de recolha de bagagem, tive a única surpresa desagradável da minha viagem a Istambul: a minha mala não apareceu. Estava perdida, algures. A da minha amiga tinha chegado incólume até ao seu destino final. A minha nem vê-la.

Aflito, fui ao ‘Lost & Found‘ contactar com o agente local que prestava auxílio à Lufthansa naquela escala. A bagagem tinha ficado em Munique e por uma razão que até hoje desconheço não tinha embarcado comigo no meu voo. Os funcionários garantiram então que as minhas malas seguiriam ainda no segundo voo do dia de Munique para Istambul e ofereceram-me a possibilidade de fazer chegar as malas, sem mais chatices, até ao meu hotel. Dei a morada e, apesar da angústia grande por não ter a mala comigo, esta lá foi parar à recepção do hotel como combinado. Para aguentar a primeira noite na cidade, a Lufthansa deu-me um daqueles kits básicos de higiene composto por escova e pasta de dentes, after shave, champô e uma pequena amostra de perfume.

Como sair do aeroporto até ao centro/hotel:

Depois de resolvido o problema da bagagem, decidimos apanhar o metro desde o aeroporto até à estação mais próxima do nosso hotel. Já tinha feito o trabalho de casa e sabia bem como chegar ao local que pretendíamos. Dirigimo-nos então à estação Havalimani (linha de metro vermelha ou 1A) no aeroporto.

Caminhando em direcção ao metro

Caminhando em direcção ao metro

Uma vez aí chegados, comprámos o Istambul Kart, um cartão que, mediante o número de viagens carregadas, nos permitiria andar sem restrições e perdas de tempo em toda a rede de transportes públicos da cidade. A opção é bem mais prática do que ter de comprar uma viagem cada vez que se utiliza a rede de transportes. E um só cartão permite a sua utilização conjunta por até 5 pessoas. Para ter o cartão, é preciso pagar uma taxa de 10 TL e carregar, em seguida, com o número de viagens requeridas. Cada viagem tem tradicionalmente o custo de 2TL, mas com o novo cartão esse preço é de 1,95TL.

Dentro do metro

Dentro do metro

Apanhámos em seguida o metro e saímos na estação Zeytinburnu com o objectivo de apanhar o Tramvay 1 (linha azul escura) até à nossa estação final, Karakoy. O trajecto é extenso. 20 paragens depois chegávamos à estação requerida, a primeira logo após a Ponte de Gálata. Pelo caminho conseguimos ver pela primeira vez a Mesquita Azul, Hipódromo e Hagia Sophia, uma vez que o trajecto nos levou bem ao coração do centro histórico de Istambul, Sultanahmet.

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Trajecto de transporte público até ao hotel

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Chegando pela primeira vez a Sultanahmet

Apesar de sermos dois apenas a viajar, foi necessário gastar no total 4 viagens do Istambul Kart (duas por pessoa), porque o sistema considera que, por ter havido transfer de um transporte para o outro, os trajectos são distintos e não complementares um ao outro.

Já no hotel:

Achar o hotel, apesar de próximo da estação (2/3 minutos a pé), foi um pouco complicado, devido ao tráfego intenso na zona. O hotel Gálata Palace está escondido numa rua estreia e quase pedonal. Ultrapassado o pequeno problema, fizemos rapidamente o check-in, onde tive oportunidade de explicar que a minha mala seria entregue na recepção do hotel no dia seguinte, a meu pedido.

O meu hotel

O meu hotel

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O quarto do hotel

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Chuveiro do quarto do hotel

Instalámos-nos no quarto, tomámos um duche refrescante e saímos para explorar a região de Gálata e Taksim como tínhamos previsto. Os empregados do hotel tiveram, contudo, a cortesia de nos oferecer um chá de maçãs turcas antes de nos aventurarmos pela primeira na cidade. Um gesto extremamente amável e reconfortante.

O tal chá de maçãs turcas

O tal chá de maçãs turcas

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About Desporto: viajar

Jornalista de profissão, devorador de viagens por paixão. Sempre que me quiserem encontrar, vou estar por aí.

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