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Istambul: Sultanahmet I – O Palácio Topkapi

Os lugares de interesse mais importantes de Istambul estão localizados na região de Sultanahmet, bem no centro histórico da cidade. Foi aqui, no coração de Istambul, que os palácios dos imperadores foram sendo construídos durante o império Romano e os períodos Bizantino e Otomano. As maiores igrejas, as mesquitas mais gloriosas e alguns dos melhores museus de Istambul também se situam nesta área.

Vista aérea de Sultanahmet

Vista aérea de Sultanahmet

De modo a visitar pormenorizadamente algumas das melhores atracções de Istambul, como o museu de Hagia Sophia, os Museus Arqueológicos ou o Palácio Topkapi, deverá dedicar alguns dos seus dias de visita apenas e só a esta área da cidade. Vamos começar pelo Palácio Topkapi.

Vista geral do Palácio Topkapi, D.R.

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Chegando à entrada principal do Topkapi

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Imediações do Palácio Topkapi

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Entrada para o segundo pátio, portão Imperial

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Palácio Topkapi, um dos pátios interiores, portão da Saudação

O Palácio Topkapi

Localizado numa das sete colinas de Istambul, o Palácio Topkapi é seguramente o lugar histórico mais importante a visitar em toda a cidade. O local, que é igualmente um museu, é um dos mais visitados na Europa e o mais visitado na Turquia excedendo em média os 3 milhões de visitantes por ano. Circundado por muralhas, o palácio tem cerca de 5 quilómetros de extensão e uma área total duas vezes maior do que a do Vaticano. O nome actual do palácio vem dos enormes canhões localizados nos seus portões e não foi o escolhido inicialmente pelo sultão otomano que o mandou edificar em 1475, após a conquista de Istambul pelos turcos em 1453.

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Vista sobre o Corno de Ouro e Uskudar desde o Topkapi

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Corno de Ouro

Um total de 28 torres protegiam as cerca de 5 mil pessoas que viviam intra-muros, desde membros da família real, classes dirigentes, altos dignatários, soldados, criados, entre outros. Os edifícios originais foram sucumbindo ao longo dos tempos, tendo sido restaurados mais tarde. O processo explica assim a manifestação de diferentes estilos arquitectónicos no interior do Topkapi. Este é, na verdade, constituído por duas partes: uma primeira, o Enderun, era o local onde vivia o sultão e os membros da dinastia; a outra, o Birun, era o local onde residiam os importantes empregados civis que executavam todo o tipo de tarefas.

Uma visita guiada ao palácio começa forçosamente pela entrada principal onde é possível adentrar para um grande e vasto pátio. O primeiro pátio. Do lado direito deste pátio está a esquadra da polícia, as residências dos empregados do palácio, a padaria do palácio, as ruínas de um hospital e, por fim, o mar de Mármara. Do lado esquerdo está, entre outros edifícios, o do Museu Arqueológico de Istambul. Passando para lá deste primeiro pátio, damos com uma segunda porta principal. E com um novo pátio. É a partir deste que a verdadeira visita ao Topkapi começa.

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Tulipas e visitantes no primeiro pátio

  • As cozinhas e a coleção de porcelana

Localizadas na ala direita deste segundo pátio, as cozinhas eram o local onde trabalhavam mais de 1200 pessoas, 25 por cento da força laboral existente na altura no palácio. Aqui também ficavam os dormitórios dos empregados, a mesquita os banhos e a despensa. Cada uma das dez salas que formavam o edifício da cozinha era utilizado para cozinhar para pessoas de diferentes estatutos sociais. Todos os dias eram ali preparadas em média cerca de 20 mil refeições.

Pátio e cozinhas, à direita, D.R.

Cozinhas do palácio, D.R.

Grande parte deste complexo de cozinhas alberga a terceira maior coleção de porcelana em todo o mundo, constituída por mais de 12 mil peças únicas. Apenas um quarto do espólio está em exposição. As peças estão dispostas cronologicamente, começando na chinesa Dinastia Tang (sécs. VII a X) e terminando em porcelanas europeias produzidas nos sécs. XVIII e XIX. Há ainda enormes caldeirões e utensílios de cozinha otomanos em exposição, bem como objectos feitos de vidro produzidos em Istambul e presentes em prata oferecidos ao palácio.

Porcelana chinesa, D.R.

  • O Harem

O Harem era o local onde o sultão vivia com a sua família. Se no início o Harem era apenas um conjunto de edifícios em madeira sem grande significado, mais tarde este deu lugar a um grande complexo de edifícios com cerca de 300 quartos, apenas uma parte dos quais aberta a visitação hoje em dia. Para realizar essa visita, tem de estar integrado num tour guiado.

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Pátio dos Eunucos

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Harem, interior

O harem estava totalmente isolado do mundo exterior e a entrada era apenas permitida a parentes mais próximos do sultão e a todos aqueles que trabalhavam no seu interior. Não muçulmanos não tinham hipótese de lá entrar obviamente. Alguns sultões tinham relações com 4 mulheres, outros com centenas. Todas elas viviam no harem numa atmosfera competitiva, uma vez que todas queriam dar à luz o primeiro filho do sultão, tornando-se assim a sua preferida entre todas as restantes. Era a única forma de garantirem o seu futuro.

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Pátio das concubinas

Hall imperial, no Harem, D.R.

O Harem é composto por três largos pátios e pelos quartos dispostos à sua volta. Estes pertenciam à Rainha-Mãe, às mulheres do sultão, ao príncipe herdeiro, às concubinas e aos Eunucos negros, homens fortes tornados cativos durante as guerras imperiais em África, responsáveis por proteger o Harem. A visita guiada ao local leva-o a ver os quartos dos Eunucos, o Pátio dos Azulejos, a Escola do Príncipe Herdeiro, o Pátio das Mulheres do Sultão, os quartos, a cama da Rainha-Mãe, o quarto do sultão, a sala dos banhos turcos, entre várias outros.

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Mais um pátio interior no Harem, desta vez da Rainha-Mãe

O Tesouro do Império

O tesouro imperial adquirido durante a época Otomana está espalhado desde o século XVII por um vasto conjunto de edifícios tendo sido aberto à visitação do público no séc. XIX. A maioria destas obras de arte, de excepcional valor e maestria, revelam a riqueza deste império e são o resultado   do trabalho dos mestres de joalharia do palácio Topkapi.

Salas do Tesouro Imperial, D.R.

Há um trono em cada sala do tesouro. Na primeira, o trono é feito de ébano e incrustado em marfim. Nesta sala, além do trono, é possível ver, entre outros artefactos, uma bengala decorada com variadas gemas, um presente do imperador alemão Wilhelm II. Já o trono exposto na segunda sala é um trono coberto pertencente ao sultão Ahmet I. Aqui o destaque recai sobre a famosa adaga de Topkapi.

Tesouros, D.R.

Adaga de Topkapi, D.R.

Na terceira sala, o trono exposto é de madeira de nogueira coberta de placas de ouro. Nesta sala, sobressai ainda a famosa colher de diamantes e os candelabros de ouro feitos para o túmulo do profeta Maomé, cada um deles decorados com 6666 diamantes. Na última sala, há um novo trono coberto com placas de ouro e decorado com 25 mil pérolas. A riqueza dos detalhes é impressionante. Se houver tempo, não perca também a coleção de caligrafia e de pintura e a de relógios, ambas próximas da coleção de Tesouros imperiais. A primeira tem, por exemplo, cópias famosas de retratos dos sultões otomanos, enquanto a segunda tem expostos diversos relógios dos sécs. XVI a XX.

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Relógios em exposição, imagem desfocada I

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Relógios em exposição, imagem desfocada II

As Relíquias Sagradas

Ao lado da coleção dos relógios fica a sala das Relíquias Sagradas, uma das três maiores e mais valiosas coleções do Topkapi. São na verdade duas as salas onde estão expostas as várias relíquias sagradas. Na primeira estão expostas fechaduras, chaves e as espadas de quatro califas. Na segunda, há um expositor com os pertences do profeta Maomé: o seu casaco, a espada, a bandeira, o seu arco e flecha, uma pegada, um dente, pêlo da sua barba e uma carta.

Pegada de Maomé, D.R.

Casaco do profeta Maomé, D.R.

Outras salas em destaque

  1. Biblioteca do palácio: construida completamente em mármore, tem expostos cerca de 4 mil manuscritos actualmente;
  2. Pavilhão Sofá e jardim das Tulipas: do interior deste pavilhão, situado no canto do jardim, os sultões admiravam as flores deste elegante espaço verde;
  3. Pavilhão Bagdad: é uma das obras mais elegantes da arquitectura Otomana do séc. XVII com os seus azulejos azuis, cúpula dourada, armários de marfim e carapuça de tartaruga;
  4. Pavilhão Mecidiye: foi o último edifício a ser construído antes de o palácio ser abandonado.

Edifício da biblioteca, D.R.

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Pavilhão Sofá, interior

Pavilhão Bagdad

Pavilhão Bagdad

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Pavilhão Bagdad, interior, repleto de bonitos azulejos azuis

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Vistas da cidade junto do pavilhão Bagdad

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Terraço e jardins, junto do pavilhão Bagdad

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Quiosque junto ao pavilhão Bagdad

Informações úteis:

  • Aberto diariamente, à excepção das Terças-Feiras, das 9 às 16:45h no Inverno;
  • Os bilhetes custam 30 TL. A entrada no Harem é paga à parte e custa mais 15 TL;
  • Não é permitido tirar fotos no interior, nem levar carrinhos de bebe para o interior das salas;
  • É possível comprar audioguias à entrada;
  • Mais informações, aqui.

Istambul: Informações práticas da cidade antes de ir

Bem-vindos a Istambul, Turquia

Bem-vindos a Istambul, Turquia

Harmonia é a palavra que melhor caracteriza Istambul. Nem sei se existe outra que defina tão bem aquela que é a maior e mais conhecida cidade da Turquia, a única no mundo situada em dois continentes. Ali, a Europa e a Ásia andam de mãos dadas, gerando um encontro único entre o Ocidente e o Oriente, com diferentes culturas e religiões a criarem uma ligação única, de características similares. Tudo ali convive graciosa e harmoniosamente.

Outrora conhecida por Bizâncio, nome derivado do seu fundador, e por Constantinopla, graças ao Imperador Constantino, Istambul só ganhou o nome actual depois da sua conquista pelos Otomanos. A grande metrópole também já foi no passado capital da Turquia, tendo perdido o posto para a atual Ankara, em 1923, quando a moderna república passou a existir. As mudanças têm feito da cidade uma das mais populosas da Europa, estimando-se que a sua população actual, quase a atingir 20 milhões de pessoas, duplique a cada dezena e meia de anos.

Graças a esta sua localização estratégica, em ambos os lados do estreito do Bósforo, Istambul sempre teve ao longo dos tempos uma grande importância geo-politicamente. Hoje em dia, a cidade deve ser entendida e visitada tendo em conta três regiões distintas. Duas europeias, separadas entre si pelo chamado Corno de Ouro, e uma asiática. As duas primeiras, designadamente a região de Gálata (Beyoğlu) e a península histórica de Sultanahmet (Fatih), situadas numa das margens do Bósforo, atraem mais pela sua história, comércio e negócios. A asiática (Üsküdar), no outro lado do estreito, tem um cariz mais residencial.

Esta beleza histórica e natural, aliada a um clima moderado, vida nocturna activa, gente encantadora e gastronomia excelente, faz de Istambul destino atractivo para os turistas actualmente. E são quase 4 milhões de visitantes por ano. Como poderia uma cidade com todos estes atractivos não ser, em jeito de conclusão, bela e fascinante?

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Vista de Sultanahmet desde a região de Gálata

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Vista do Bósforo desde o Palácio Topkapi

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Chegando à Mesquita Nova, região dos Bazares, Fatih

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Ponte do Bósforo

Mapa de Istambul: regiões europeias à esquerdas, separadas pelo Corno de Ouro, e parte asiática à direita

Mapa de Istambul: regiões europeias à esquerda, separadas pelo Corno de Ouro, e parte asiática à direita

Como ir:

Há imensas opções desde Portugal para chegar ao principal aeroporto (Ataturk) a servir a cidade de Istambul. Com a Turkish Airlines, há dois voos que ligam diariamente a cidade turca a Lisboa, a saírem da capital portuguesa respectivamente às 11.30 e às 15.45. A partir do Porto, também há quatro frequências semanais com a mesma companhia aérea, nomeadamente aos Sábados, Domingos, Terças e Quintas-Feiras. Os preços rondam os 350 euros e a viagem é de, aproximadamente, 4h30. Também há possibilidade de comprar um bilhete de avião com a TAP Portugal que o colocará num voo operado pela Turkish Airlines, Lufthansa, entre outras. Como o meu bilhete de avião foi comprado com pouca antecedência, optei por viajar com a Lufthansa, via Munique, nos dois sentidos. Quatro viagens bem tranquilas, com bom serviço a bordo, realizadas em A321, e a preço baixo. Também é possível fazer a viagem através da Ibéria, via Madrid, British Airways, por Londres, KLM, parando em Amesterdão, ou Air France, indo a Paris. Naturalmente existirão mais opções de viagem, mas não as vou contemplar todas aqui, por motivos óbvios.

Escala em Munique, voos da Lufthansa

Escala em Munique, voos da Lufthansa

Visto de entrada:

Ninguém pode entrar na Turquia sendo português sem a obtenção de um visto prévio à sua chegada. O visto só se pode obter electronicamente, na Internet, acedendo ao site https://www.evisa.gov.tr/en/. Basta ter consigo o seu passaporte e cartão MB. Depois é só introduzir o dia da sua chegada e o visto fica automaticamente válido por 90 dias. Se houver alterações nessa data terá de ser fazer um novo visto. Não pode alterar o anterior. Depois basta só preencher o formulário com os seus dados oficiais e confirmá-los. Vai receber um email gerado automaticamente a pedir a sua aprovação ao visto, sendo depois necessário pagá-lo. Na data que obtive o meu, Maio de 2014, o custo era de 15€. Uma vez submetidos os dados do seu cartão MB e confirmado o pagamento, vai receber no seu email o visto em formato PDF. Imprima-o, guarde-o, leve-o consigo durante toda a sua viagem a Istambul e apresente-o às autoridades turcas, no aeroporto. O processo é simples e não deve demorar mais de dez minutos.

Visto para a Turquia, exemplo retirado da Internet, D.R.

Visto para a Turquia, exemplo retirado da Internet, D.R.

Roteiro de visita:

Não aconselho a visitar Istambul em menos de três dias. Apesar de a maioria dos seus monumentos e locais de interesse estar relativamente próxima, existem imensos turistas em todo o lado, gerando filas de espera de às vezes muitas horas. É um tempo precioso perdido com o qual tem de contar na sua visita à cidade. Reserve, portanto, cinco dias para conhecer bem Istambul na sua primeira visita. Instale-se no centro, ou na zona de Sultanahmet ou na região de Gálata/Beyoğlu. Há coisas que tem mesmo de visitar.

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İstiklâl Caddesi, à noite

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Mesquita Azul

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Spice Bazaar

Eis o meu roteiro de visita, extenuante, na primeira vez que lá estive:

  • Dia 1 – Viagem / Chegada ao aeroporto e deslocação para hotel / Região de Gálata e Taksim (Ponte de Gálata, Torre de Gálata, rua pedonal İstiklâl Caddesi e praça Taksim);
  • Dia 2 – Sultanahmet – visita ao Palácio Topkapi e Museus Arqueológicos de Istambul. À noite, tempo para assistir a um espectáculo dos Dervixes rodopiantes;
  • Dia 3 – Sultanahmet – dia para explorar Hagia Sophia, Mesquita Azul, Hipódramo e Cisterna de Yerebatan;
  • Dia 4 – Kabataş e Fatih: de manhã ida até ao palácio Dolmabahçe e, em seguida, tempo para a explorar a região dos Bazares, nomeadamente a Mesquita Nova, Spice Bazar, Grand Bazar e a Mesquita Süleymaniye;
  • Dia 5 – Cruzeiro pelo Bósforo acima até à localidade de Anadolu Kavağı, junto ao início do Mar Negro. Final de tarde passado no café Pierre Loti, na zona de Eyüp;
  • Dia 6 – Regresso, de manhã.
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Mesquita Süleymaniye

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Grande Bazaar

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Cruzeiro no Bósforo

Melhor altura para visitar:

As melhores alturas para visitar Istambul são na Primavera, entre Abril e Junho, e no Outono, de Setembro até Novembro. As temperaturas são amenas, os dias solarengos e o turismo na cidade não está no seu auge permitindo visitas mais calmas e menos demoras. No verão, a cidade enche-se de festivais e milhares de turistas, transformando o turismo numa tarefa hercúlea, também devido às altas temperaturas que se fazem sentir. No Inverno, apesar dos poucos turistas, tem de contar com temperaturas abaixo de 0 graus e, por vezes, neve.

Moeda local:

A moeda local é a Lira Turca (TL). Ao câmbio do dia de hoje, 1€ equivale a 3,35 TL. Pode trocar euros em Istambul, embora o desaconselhe a fazer no aeroporto e em zonas mais turísticas na cidade, nomeadamente em Sultanahmet. Optei por trocar euros por liras turcas no aeroporto de Lisboa, embora depois tivesse de fazer novos saques em Istambul. O procedimento é fácil porque há um bom número de ATM’s em toda a cidade.

Moeda local

Moeda local

Onde ficar:

Istambul tem uma enorme oferta de hóteis, em todas as zonas da cidade e, naturalmente, para todas as carteiras. Perca tempo, contudo, a escolher bem a região onde se vai instalar. Se ficar no centro histórico, na parte europeia da cidade, em Sultanahmet, ganha pela proximidade dos locais mais históricos. Mas também vai pagar mais para se alojar, bem mais. Uma boa alternativa poderá ser a região de Gálata, igualmente na parte europeia da cidade. Esta, apesar de um pouco mais longe da zona dos bazares ou Sultanahmet, é bem servida de transportes públicos, com boa frequência de horários e de estações. Sugiro ver o mapa acima neste post para melhor se localizar.

Optei por ficar na zona de Karaköy, junto à ponte de Gálata, bem no centro da zona europeia de Istambul. Do meu lado a norte, estava Gálata, Kabataş, Besiktas e Taksim. A sul, Sultanahmet, Fatih e Eminönü. Considero ter feito uma opção acertada não só porque foi fácil chegar ao hotel vindo do aeroporto, mas também porque diariamente me deslocava com facilidade para todas as zonas da cidade de transporte público. Fiz de novo uma reserva pelo booking.com e desta vez o hotel seleccionado foi o ‘Galata Palace Hotel’. Apesar de ter uma boa pontuação no site, depecionei-me com as suas instalações, atendendo ao pouco isolamento acústico dos quartos e à sua constante iluminação, inclusive de noite, uma vez que estes não têm persianas. O pequeno-almoço também não era grande coisa. Valeu a sua localização soberba e o seu preço atraente para quatro noites.

O meu hotel

O meu hotel

O Islão e como se comportar:

A população de Istambul, apesar de muçulmana, convive bem com outras religiões. Não são tão radicais, consomem bebidas alcóolicas (principalmente cerveja), não têm uma postura tão autoritária relativamente às mulheres e são tolerantes com tudo no geral. Este é um diferencial bastante grande face ao Egito, o outro único país muçulmano onde estive até então. Claro que isto não é motivo para as mulheres saírem na rua, por exemplo, com mini-mini saia ou outro tipo de decores em excesso. Também os carinhos excessivos em público devem ser evitados. Trata-se de uma mera questão de bom senso.

Tradição e modernidade

Tradição e modernidade

O acesso às mesquitas de Istambul obedece, ainda assim, às mesmas regras de outras mesquitas em outros países. É preciso ter os ombros, braços e pernas cobertas e, tanto homens como as mulheres, descalçarem-se à entrada. Na prática, respeitar a religião dos outros, tal como gostaríamos de ser respeitados se estes nos visitassem.

Para entrar nas mesquitas, a saber

Para entrar nas mesquitas, a saber

Os sapatos ficam à entrada

Os sapatos ficam à entrada

Visitei o país numa altura em que se questionava a crescente política de islamização do primeiro-ministro Erdogan. Apesar dos confrontos em Taksim terem acontecido alguns dias antes da minha visita, tive novamente sorte e não encontrei nem tumultos nas ruas nem em momento algum me senti inseguro. Estas políticas de islamização crescentes ou tentativas não devem ter, contudo, muito sucesso porque o sentimento de república está há muito enraizado na sociedade turca. Ficam, ainda assim, algumas luzes sobre o Islamismo:

  • A palavra Islão em Árabe significa Paz e Submissão. Submissão total a um Deus Único para que seja possível alcançar a paz na vida após a morte;
  • Este Deus Único é incomparável, sendo o criador e aquele que olha por todo o Universo;
  • O Islão é, pois, a religião baseada na existência de apenas um Deus e das ‘linhas-mestras’ por ele revelada aos Profetas;
  • Moisés, Salomão e Jesus são, apenas, alguns desses profetas.
Altura de visitar Istambul no blog. Vamos?

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