Roma: rumo a Ostia Antica
Poucos devem ter ouvido falar de Ostia Antica, situada bem próxima de Roma. Mas uma pequena viagem até ao local, situado a cerca de meia hora da capital romana, é essencial para compreender um pouco mais o apogeu da cidade durante a altura em que o Império Romano se estendia muito para lá dos atuais limites de Itália.
Há cerca de dois mil anos, a animada e cosmopolita cidade portuária de Roma Antiga situava-se sobre a costa e a foz do rio Tibre. Contudo, nos milénios que se seguiram, o mar recuou vários quilómetros e o curso do rio sofreu uma drástica mudança. Óstica Antica foi fundada no séc. IV a.C., sendo inicialmente um simples forte. Porém, animada com o desenvolvimento comercial, a cidade cresceu, adquirindo importância como centro de distribuição das importações em todo o Mediterrâneo. Os cereais, segundo indicação dada no local, eram um produto essencial para alimentar os milhões de habitantes que Roma já naquela altura tinha. O apogeu da cidade terminou oito séculos depois.
A melhor maneira de sair de Roma rumo a Ostia Antica é apanhar a linha B do metro e sair na estação Piramide. Paredes-meias no local, está a estação Porta San Paolo, onde a linha férrea Roma-Lido começa. É só apanhar o serviço suburbano e sair na estação Ostia Antica, cerca de meia hora mais tarde. Os comboios (tréns) são velhos, estão cheios de grafitis e transmitem uma certa sensação de insegurança. A própria estação Porta San Paolo é decrépita. Este sentimento de “tirem-me daqui” adensou-se no dia em que fui para Ostia Antica, uma vez que uma greve no local impedia as composições de sair a tempo e horas. Resultado: uma grande confusão instalou-se, pensando eu que perderia a ida a Ostia Antica. As pessoas andavam de uma plataforma para a outra e as indicações no local, como podem ver na foto abaixo, não eram as mais esclarecedoras. O preço da viagem é o mesmo da do metro: pouco mais de um euro.
Já em Ostia Antica, a chegada ao local das ruínas é fácil. Basta seguir as indicações, passar uma ponte sobre uma estrada nacional, algum aglomerado urbano e voilá: estamos em Ostia Antica. Na altura, os preços estavam tabelados em 6,50€, podendo ser reduzidos para metade caso sejamos detentores do Roma Pass. Paga-se um extra pelo mapa do local e os audioguias estavam indisponíveis na altura em que o visitei.
Para quem conhece as cidades de Miróbriga e de Conímbriga aqui em Portugal, a entrada de Ostia Antica, pela Via Ostiensis, não surpreende. Mas o conjunto de edificações no local sim. O teatro é disso o melhor exemplo. O original era duas vezes mais alto do que o actual (que pode ser visto nas fotos abaixo). Há ainda a destacar a natural existência de um Fórum, o coração rectangular da burocracia rodeado, originalmente, por colunas. A Casa de Diana, o Capitolium e a Casa de Cupido e Psique são outros encantos à parte. Acho que aqui as fotos falarão melhor por si.
Actualmente, o local permanece em ruínas. Todos os objectos arqueológicos descobertos nas escavações do parque estão expostos num museu, onde é possível ver valiosas esculturas, sarcófagos e mosaicos romanos. O parque de Ostia Antica é muito extenso e visitá-lo, com guia, não deve demorar menos de uma manhã ou tarde inteiras. Aconselho a levar sapatos ou calçado extreamente confortável, protector solar e água. É possível almoçar no local, num snack-bar que existe atrás do museu, e comprar recuerdos. O parque abre diariamente ao público às 8:30 e encerra às 17h, 18h ou 18:30 dependendo da época do ano.
maravilhosa explicação, muito obrigada
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De nada. 😉
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Informação preciosa e muito útil. Obrigado por partilhar.
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