Egito: Os templos deslocados de Abu Simbel
O Grande Templo de Abu Simbel, erguido em honra de Ramsés II, e o Templo de Hátor são um conjunto monumental impressionante. Situados na pequena povoação de Abu Simbel, localizada no sul do Egito, a 70 km da fronteira com o Sudão, os dois templos foram salvos na década de 1960 pela Unesco e restante comunidade internacional de ficarem submergidos pela subida das águas do lago Nasser, consequência directa da construção da grande barragem de Aswan.
O lago artificial é o maior do mundo, estende-se por mais de 500 km para sul da grande barragem de Aswan e atinge profundidades de 180 metros em alguns locais. Inundou a enorme área que separa Aswan de Abul Simbel, terra ocupada pelos Núbios desde antes da época faraónica, obrigando ao realojamento de quase 800 mil pessoas. Além destes dois templos, vários outros tiveram de ser transferidos.
Os dois templos de Abu Simbel foram separados da montanha inicial onde foram construídos, no séc. XIII a.C., e colocados bloco a bloco numa nova montanha artificialmente criada 210 metros atrás do local inicial e 65 metros acima desta. Toda a história em torno da deslocação destes templos e do esforço, por vezes desumano, para a levar a bom termo é fascinante.
Os templos estão talhados nas rochas de um penhasco, tal como inicialmente. O principal, o Grande Templo de Abu Simbel, embora dedicado às divindades protectoras das grandes cidades do Egito (Amon, de Tebas; Ptah, de Mêmphis e Rá-Harakhty, de Heliópolis), foi erguido em honra de Ramsés II. E as suas dimensões são assustadoramente grandes, passe a redundância. Soterrada pela areia durante séculos e descoberta em 1813 por um explorador suíço, Jean-Loius Burckhardt, a fachada com 33 metros de altura é composta por quatro colossos de Ramsés II sentado, usando a dupla coroa do Alto e Baixo Egito, e pretendia impressionar e intimidar. Já o interior promovia a união entre os deuses e o faraó.
As paredes da sala hipostila mostram Ramsés II a fazer oferendas à sua imagem divina e a derrotar os inimigos do Egito, enquanto os colossos dos pilares do lado sul, com a forma de Osíris e segurando o ceptro e o chicote, exibem a coroa do Alto Egito. Os do lado norte usam a dupla coroa do Alto e do Baixo Egito. O vestíbulo está decorado com cenas de Ramsés e de Nefertari a fazerem oferendas a Amon e a Rá-Harakhty.
1 – Colossos de Ramsés II / 2 – Templo solar / 3 – Sala hipóstila / 4 – Salas secundárias / 5 – Vestíbulo / 6 – Sala de oferendas / 7 – Santuário
Por sua vez, o Templo de Hátor, dedicado a esta deusa, foi construído em homenagem à esposa preferida de Ramsés II, Nefertari. Mais pequeno que o Grande Templo de Abu Simbel, o templo de Hátor apresenta na fachada estátuas de Nefertari como deusa Hátor, alternadas com as de Ramsés II. A sala hipostila tem cabeças de Hátor nos pilares e está decorada com cenas de Ramsés a matar os seus inimigos em frente da amada. O vestíbulo, por sua vez, mostra cenas de ambos a fazerem oferendas aos deuses, enquanto o santuário interior tem uma estátua de Hátor, em forma de vaca.
Informações úteis:
- Localização: 280Km a Sul de Aswan
- Horários: Aberto diariamente
- Preço: 80 LE (Novembro 2012) ou 9,14€. O bilhete é válido para entrar nos dois templos e é essencial a sua conservação para entrar em ambos.
- Não é permitido fotografar ou filmar no interior dos túmulos e, ao contrário do que acontece no Vale dos Reis, não é possível comprar um bilhete à parte para esse efeito.
- Os guias turísticos não podem entrar dentro dos templos. As explicações são feitas em frente às fachadas dos respectivos templos e o turista entra no interior de ambos sozinho.
- Abu Simbel é servida por um aeroporto. A Egyptair Express efectua voos entre Aswan e Abu Simbel. Também é possível encontrar ligações entre o Cairo e Abu Simbel. O aeroporto não recebe ligações internacionais. Mais informações aqui.
- Existem espectáculos de luzes e de som. No Inverno, os horários são às 19h, 20h e 21 horas, enquanto no Verão são às 20h, 21h e 22h. Mais informações aqui.
- Atenção às elevadas temperaturas do local. Mesmo em Novembro, altura em que conheci os templos, estavam 39º às 08h da manhã. Essencial levar roupas práticas e confortáveis, ténis, chapéu, protector solar e muita água para não desidratar.
Olá. Tudo bem? 🙂
Seu post foi selecionado para a #Viajosfera, do Viaje na Viagem.
Dá uma olhada em http://www.viajenaviagem.com
Até mais,
Natalie – Boia Paulista
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Oi Natalie. Que bom! Obrigado pela escolha de novo.
Abraço. Bruno
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Adorei o post, pois em breve estarei visitando a região! Mas essa perspectiva de calor que me deixa um pouco desanimada! Mas fazer o que, precisamos fazer alguns sacrifícios para apreciar essas belezas!
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Que bom que gostou Milena. Também vi o seu de Dublin e fiquei entusiasmado. Imagens belíssimas. Caso queira conselhos sobre o Egito avise tá? Continue me presenteando com suas visitas. Abraço
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eu na década de 70 acompanhei através ad Revista Geográfica Universal a reportagem sobre essa verdadeira epopéia da transposição do Templo de Abu Simbel, devido ao Lago Nasser…..Ramsés….sou apaixonado por esse Grande Faraó……por favor faça contato
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Foi uma epopeia mesmo, mas graças à engenharia humana foi possível salvar os templos.
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