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Retrospectiva 2012 e novo ano

O ano de 2012 foi agitado aqui no Desporto: Viajar. No total, completei três séries de posts sobre três destinos tão diferentes entre si, mas muito ricos culturalmente. Falo da Andaluzia, no sul de Espanha, na Riviera Maya, no México, e em Roma, na Itália,/Cidade do Vaticano. No total, foram 48 posts este ano.

Como o blogue era novinho em folha, optei por começar com os relatos de uma viagem que fiz em Setembro de 2010 ao sul de Espanha, nomeadamente a Sevilha e a Córdoba. Esse conjunto de entradas dominou as minhas atenções até ao mês de Fevereiro, altura em que tirei “férias” do blogue para conhecer a capital italiana.

Quando regressei, no final desse mês, comecei a relatar ao pormenor o quão fantástica tinha sido a minha viagem à Riviera Maya, em Junho do ano anterior. Falei do resort onde estive instalado, o Gran Bahia Principe Akumal, bem como dos ex-libris da zona, nomeadamente o complexo arqueológico de Chichen-Itzá, Tulum e Ek’Balam, sem esquecer também o magnífico cenote Ik’Kil e o parque Xcaret.

A linha de praia do Gran Bahía Príncipe

A magnífica Tulum

Em Março, aproveitei um belo domingo de sol e fui à bela vila muralhada de Óbidos, no oeste de Portugal, para aproveitar o Festival Internacional do Chocolate. Tive também oportunidade de passar dois dias em Beja, a capital do Baixo Alentejo. Viria a falar desta cidade no mês seguinte.

A vila muralhada de Óbidos

Castelo e torre de menagem, Beja

Já em Maio, o destaque começou a recair sobre os relatos de Roma e da Cidade do Vaticano. No conjunto, foram 20 entradas que escrevi até ao mês de Novembro. Neste mês, tive oportunidade de passar 10 fabulosos dias no Egito, um país em que a situação, política e social, infelizmente, não está, de todo, apaziguada. E é sobre esse fascinante país, bem como a sua cultura, que tenho escrito ultimamente aqui no Desporto: Viajar.

Gizé, Cairo, Egito

Gizé, Cairo, Egito

Ainda houve, contudo, oportunidade para visitar a fabulosa vila de Sintra, em Abril passado, mas o relato não surgiu porque me falta explorar o resto dos fabulosos palácios deste lugar idílico, mesmo às portas da capital portuguesa, Lisboa. Tal como neste caso, faltam também os posts sobre a cidade de Barcelona, na Catalunha (Espanha), que resultam de uma viagem magnífica que realizei em Novembro de 2011. Conto remediar as coisas no próximo ano de 2013 aqui no Desporto: Viajar.

Sintra, desde o Castelo dos Mouros

Sagrada Família, em Barcelona

Ainda em 2012, houve tempo para 5 dias de férias de praia, em Agosto, em Portimão (Alvor), no sul de Portugal. Esse relato teve a maior aceitação possível aqui no Desporto: Viajar. Curiosamente, sem que nada o fosse prever, é lá que irei passar a minha passagem para o ano de 2013. Haja fogo de artificio, muita animação, bebida e companheirismo.

Praia da Rocha, Portimão

Relativamente a 2013, este será um ano atípico. A crise está a acentuar em Portugal (o orçamento e as medidas que este contém não auguram nada de bom) e será altura de eleições autárquicas. Um ano muito trabalhoso em termos profissionais, portanto. Temo só conseguir tirar férias, em 2013, apenas duas semanas e queria aproveitá-las para conhecer a Tailândia. Os planos passam por conhecer a movimentada Banguecoque e seus arredores, o norte com Chiang Mai e Chiang Rai, e o sul paradisíaco, a partir de Krabi. Phuket, Ao Nang e Phi Phi, entre outras estão entre os planos.

Mas, como tudo é uma incógnita, não há certezas de que lá irei para o ano. Esse é o meu desejo, mas por vezes, há desejos que são adiados. Se for esse o caso, já há alternativas estudadas.

Mais certo, porém, poderá estar uma viagem a trabalho até Bruxelas ou Estrasburgo, como é da praxe. Como não conheço os locais, tudo o que vier à rede será bem vindo.

E, por tudo isto, despeço-me até ao próximo ano, desejando que o mesmo seja repleto de paz, saúde, alegria e de muitas viagens no bolso. Se for tão bom como o ano que passou, já será lucro.

Feliz 2013.

Feliz 2013 | D.R.

Roma e Cidade do Vaticano: Dicas a reter

Com esta nova entrada no blogue, termino o ciclo dedicado à minha viagem a Roma e à Cidade do Vaticano, iniciada no início do ano, com um frio de rachar, e mesmo antes de partir para mais uma viagem, cujos pormenores serão dados até ao final deste semana. No total, já incluindo este post, foram 20 as entradas aqui no Desporto: Viajar, um número bem redondo, mas que não foi premeditado, nem nada. Aconteceu.

  • Como chegar a Roma?

A melhor forma de chegar a Roma é de avião. A TAP Portugal, a Alitalia e a Easyjet voam directamente para Fiumicino, um dos dois aeroportos da capital romana. Também há possibilidade de viajar do Brasil com a TAP, via escala em Lisboa, ou pela TAM. Na Europa e fora dela, são múltiplas as companhias que voam para a cidade, não fosse esta uma das mais frequentadas por turistas durante todo o ano. O aeroporto está a 30 km do centro da cidade. Os táxis entre ambos os lados cobram 40€ (preço fixo em Fevereiro de 2012), mas também há maneira de ir de comboio, o Leonardo da Vinci Express. Mais detalhes aqui.

  • Requisitos de entrada:

Para os cidadãos da União Europeia, basta o Bilhete de Identidade ou o Passaporte. Para quem venha de fora do velho continente, é desejável a obtenção de informação junto das respetivas embaixadas.

  • Quando viajar?

Em Agosto, as duas cidades são muito quentes e em Fevereiro pode nevar. Eu ainda peguei neve nos dias em que lá estive, um gelo imenso que dificultou a minha estadia local. Na primeira noite as temperaturas desceram aos 10 negativos. Geralmente, na Primavera, os hóteis estão mais reservados e no Outono há menos gente, mas o tempo é mais instável. As épocas altas são entre a Páscoa e Julho e entre Setembro e Outubro. Roma fica deserta em Agosto, porque os locais saem da cidade para viajar e fazer férias.

  • Que roupas levar?

Os italianos vestem bem, por isso ir bem vestido é essencial a meu ver. Não vá passar vergonha ou ser muito observado. Os restaurantes são liberais e não há grandes regras na indumentária. Algumas igrejas, inclusive no Vaticano, ombros e pernas à mostra não são permitidos.

  • Fuso horário, eletricidade e horários comerciais:

O fuso horário é o da Europa Continental Ocidental, GMT + 1 hora. A corrente elétrica é de 220V/50 e as tomadas são de pinos redondos. A maioria dos estabelecimentos comerciais, igrejas e alguns museus abre às 8h ou 9h, encerra para riposo às 15h ou 16h e fecham por volta das 18h ou 20h. A moeda utilizada é o euro.

  • Postos de turismo em Roma e Roma Pass:

Há três postos de turismo na cidade, na Via Parigi, na estação de Termini e no aeroporto de Fiumicino. Num deles, poderá comprar o Roma Pass, o cartão de descontos em monumentos, museus e transportes da cidade. Eu adquiri-o para os 4 dias em que estive na cidade. Mais infos sobre o assunto aqui.

  • Transportes públicos:

Vai começar a passar pela cidade? Use o transporte público. Geralmente, os autocarros chegam a praticamente todo o lado e o Metro ainda não tem a cobertura de outras cidades. Roma é um museu a céu aberto, e subterrâneo, pelo que o alargamento da rede está muito, mas muito atrasada. Só há duas linhas, a A e a B, e a terceira, a C, está atualmente em construção. Para deslocações fora da cidade, use a estação de Termini. Para viagens suburbanas, como Ostia Antica, a estação é a Porta San Paolo.

  • O imperdoável na fusão Roma-Vaticano:

Vai a Roma para quê? Aposto que o Coliseu e a praça de São Pedro, no Vaticano, estão entre os planos. Mas há tanto mais para ver na cidade…
Sugiro que comece na Piazza Navona e siga depois para o Panteão, Piazza Minerva, Fontana di Trevi, Piazza e Scalinata di Spagna e Pizza del Popolo/Pincio. Quando se dedicar ao Coliseu, veja também o Arco de Constantino, o Palatino e os Fóruns Imperiais. Ali nas proximidades, explore os Museus Capitolinos, o Monumento a Vittorio Emanuele II, veja a Bocca della Veritá e passe na Isola Tiberina para ir ver o boémio bairro de Trastevere. Dedique um dia ao Vaticano, aos seus museus, à sua praça, basílica e cúpula. Verá que o tempo para ali estar nunca é demais. Se aprecia museus, passe na Galleria Borghese. Se está com mais tempo explore as potencialidades turísticas das redondezas de Roma. Veja Ostia Antica, Pompéia e/ou Nápoles.

  • O “evitável”:

Evite a cidade fantasma em que Roma se transforma em Agosto;

Cuidado com os carteiristas e evite principalmente o autocarro n.º 64, onde eles passam o rodo nos turistas;

Reserve com antecedência. Para quê perder tempo interminável numa cidade repleta de turistas? Use esta dica principalmente no Vaticano (compre pela Net) e na Galleria Borghese.

Os museus do Vaticano são grátis no último Domingo de cada mês;

Quando se encontra em Roma, o Papa concede audiências coletivas nas manhãs de quarta-feira. Há que reservar bilhetes gratuitos através d Prefeitura da Casa Real (fax: 06 6988 5863).

Evite os restaurantes em volta do Vaticano e da zona do Coliseu e Fóruns Imperiais. São extremamente caros e de qualidade duvidosa;

Termini à noite, dado o número alto de sem-abrigo e de sujeitos de aparência duvidosa;

Os carros todos de Roma, porque os italianos são completamente malucos a conduzir, buzinam e passam-lhe quase por cima sem dó nem piedade. Quer conduzir na cidade? Pense três vezes antes de o fazer.

  • Recuerdos que não devem faltar na mala:

Para quem é religioso, o Vaticano é ótimo nesse aspecto. Tem de tudo: terços, livros, quinquilharias várias e um sem fim de coisas religiosas que não caberia neste post.. Tudo com preços altamente inflacionados também, obviamente. Há também em toda a cidade antiguidades e peças de estilo rústicos, bem como os tradicionais imans de frigorífico, canecas, isqueiros, postais. Compre vinho da Toscana se é apreciador do néctar dos deuses e massas de todas as formas e feitios.

  • Alguns pratos tradicionais:

Massas e massas, pizzas e pizzas. Fui explícito? Julgo que sim. Prepare-se apenas para os preços das refeições. Se quer algo no prato, não deverá desembolsar menos de 15 euros… Porra, comida cara.

  • Segurança e saúde:

Ligue o 113 para as urgêncisa, 112 para os Carabinieri, 118 para pedir uma ambulância, 115 para os bombeiros e 803-116 para avarias no carro. A Itália é um país extremamente seguro e salvo os carteiristas não há muito mais a recear. Cuidado com os taxistas e os seus taxímetros, que costumam colocar a tarifa “fora da cidade” quando ainda estamos na malha urbana de Roma.

Mapa dos principais pontos turísticos em Roma e no Vaticano | D.R.

E é isso.

BOA VIAGEM

Roma: Galleria Borghese, um dos melhores pequenos museus do mundo

Não é por acaso que a Galleria Borghese é considerada um dos melhores pequenos museus em todo o mundo. Reúne sob o mesmo tecto obras importantes de Bernini e Caravaggio, bem como outras peças clássicas, renascentistas e neoclássicas. O cenário é uma belíssima villa do séc. XVI, decorada com frescos e inserida na paisagem verde de um parque. Tanto a villa como este parque pertenceram, outrora, ao cardeal Scipione Borghese, um grande amante da arte do início do período Barroco. Curiosamente, o cardeal foi o mecenas de Bernini e Caravaggio, razão pela qual recolheu debaixo do seu tecto algumas das obras-primas destes dois grandes nomes da arte italiana.

Galleria Borghese, fachada

A Galleria Borghese está dividida em três pisos. A cave acolhe os clientes, que ali podem levantar as suas reservas, comprar audioguias e publicações relacionadas com as exposições da villa. Também é possível bebericar um café no local, ir à casa de banho ou, simplesmente, entreter-se com as exposições temporárias que, de quando em vez, são ali apresentadas.

No rés-do-chão estão algumas das obras mais importantes da villa, como “Apolo e Dafne” ou “David”, ambas de Bernini, ou os quadros “Madona da Serpente” e “Auto-Retrato como Baco Doente”, de Caravaggio, ou “Deposição”, de Rafael. Dispensam, a meu ver, descrições mais pormenorizadas. O piso superior é dedicado à pintura italiana e seus movimentos e escolas artísticas dos sécs. XVI ao XVIII. Aqui, destacam-se, por exemplo, “Amor Sacro e Profano”, de Ticiano, ou “Dánae”, de Corregio. A primeira pintura, pintada para um casamento, lembra à jovem noiva que o amor mundano faz parte do divino e que o sexo é apenas uma extensão do casamento. Já a segunda é considerada uma obra-prima de sensualidade: Cupido puxa os lençóis, enquanto Júpiter inunda Dánae com o seu amor.

Apolo e Dafne, Bernini | D.R.

David, Bernini | D.R.

Amor Sacro e Profano, Ticiano | D.R.

Danae, Correggio | D.R.

Talvez pela fama que tem, é impreterível reservar com antecedência a entrada na Galleria Borghese, que deve ser feita via online. Durante a compra do bilhete, o nome e apelido devem ficar de acordo com o Bilhete de Identidade, sendo ainda imprescindível escolher a que horas visitar o local. Cada visita tem a duração de duas horas. Começa às 9 horas da manhã a primeira e termina às 11 e assim sucessivamente até às 19 horas. O bilhete custa 9 euros, mas cai para metade se for cidadão da UE com idades entre os 18 e os 25 anos. Para quem tenha menos de 18 anos ou idade superior a 65 a entrada é gratuita.

Particularmente, achei as duas horas de visita muito pouco tempo. Ficou-me duas salas por ver de forma pormenorizada. A minha dica é comprar o audioguia, na cave, cujo preço são 5 euros. Há disponível em italiano, inglês, francês, alemão e espanhol. A visita é feita sempre a andar, não havendo praticamente pausas durante as duas horas caso queiramos chegar ao fim do percurso. Sugiro que a visita seja feita logo às 9h da manhã. Geralmente, as pessoas atrasam-se, evitando assim congestionamentos no acesso às salas, principalmente às que contêm importantes obras de Bernini, Caavaggio ou Rafael. Após a minha visita, às 11h, a cave estava cheia com as filas de pessoas do horário seguinte, que se aglomeravam desesperadamente para entrar em primeiro lugar. Uma loucura que pode ser evitada. A galleria encerra às segundas-feiras.

Infelizmente, câmaras fotográficas ou de filmar estão impedidas no local, pelo que as fotos que aqui tenho de algumas obras de arte foram retiradas da Internet. Para chegar ao local, o ideal será apanhar a linha A do metro de Roma e sair na estação Piazza di Spagna. Daí é só seguir as indicações Villa Borghese – Via Veneto. Estas, contudo, não foram bem explicitas para mim, pelo que deixo aqui uma dica. É necessário passar à porta de um Carrefour no local e ao lado de um parque de estacionamento subterrâneo. Se for esse o caminho que está a seguir, está quase na Villa Borghese. E, sim, a galeria é mesmo um dos melhores pequenos museus do mundo. Eu repetia a experiência.

Roma: rumo a Ostia Antica

Poucos devem ter ouvido falar de Ostia Antica, situada bem próxima de Roma. Mas uma pequena viagem até ao local, situado a cerca de meia hora da capital romana, é essencial para compreender um pouco mais o apogeu da cidade durante a altura em que o Império Romano se estendia muito para lá dos atuais limites de Itália.

Há cerca de dois mil anos, a animada e cosmopolita cidade portuária de Roma Antiga situava-se sobre a costa e a foz do rio Tibre. Contudo, nos milénios que se seguiram, o mar recuou vários quilómetros e o curso do rio sofreu uma drástica mudança. Óstica Antica foi fundada no séc. IV a.C., sendo inicialmente um simples forte. Porém, animada com o desenvolvimento comercial, a cidade cresceu, adquirindo importância como centro de distribuição das importações em todo o Mediterrâneo. Os cereais, segundo indicação dada no local, eram um produto essencial para alimentar os milhões de habitantes que Roma já naquela altura tinha. O apogeu da cidade terminou oito séculos depois.

Planta em inglês do parque Ostia Antica | D.R.

A melhor maneira de sair de Roma rumo a Ostia Antica é apanhar a linha B do metro e sair na estação Piramide. Paredes-meias no local, está a estação Porta San Paolo, onde a linha férrea Roma-Lido começa. É só apanhar o serviço suburbano e sair na estação Ostia Antica, cerca de meia hora mais tarde. Os comboios (tréns) são velhos, estão cheios de grafitis e transmitem uma certa sensação de insegurança. A própria estação Porta San Paolo é decrépita. Este sentimento de “tirem-me daqui” adensou-se no dia em que fui para Ostia Antica, uma vez que uma greve no local impedia as composições de sair a tempo e horas. Resultado: uma grande confusão instalou-se, pensando eu que perderia a ida a Ostia Antica. As pessoas andavam de uma plataforma para a outra e as indicações no local, como podem ver na foto abaixo, não eram as mais esclarecedoras. O preço da viagem é o mesmo da do metro: pouco mais de um euro.

A velha estação Porta San Paolo

Confusão instalada devido à greve

Imagem dos comboios

Já em Ostia Antica, a chegada ao local das ruínas é fácil. Basta seguir as indicações, passar uma ponte sobre uma estrada nacional, algum aglomerado urbano e voilá: estamos em Ostia Antica. Na altura, os preços estavam tabelados em 6,50€, podendo ser reduzidos para metade caso sejamos detentores do Roma Pass. Paga-se um extra pelo mapa do local e os audioguias estavam indisponíveis na altura em que o visitei.

Indicações para Ostia Antica, no local

Para quem conhece as cidades de Miróbriga e de Conímbriga aqui em Portugal, a entrada de Ostia Antica, pela Via Ostiensis, não surpreende. Mas o conjunto de edificações no local sim. O teatro é disso o melhor exemplo. O original era duas vezes mais alto do que o actual (que pode ser visto nas fotos abaixo). Há ainda a destacar a natural existência de um Fórum, o coração rectangular da burocracia rodeado, originalmente, por colunas. A Casa de Diana, o Capitolium e a Casa de Cupido e Psique são outros encantos à parte. Acho que aqui as fotos falarão melhor por si.

Deusa de mármore

Termas de Neptuno

Teatro, em Ostia Antica

Perspectiva geral do teatro

Capitolium

Fórum Romano

Mosaicos romanos no local

Estátua de Cupido e Psique

Actualmente, o local permanece em ruínas. Todos os objectos arqueológicos descobertos nas escavações do parque estão expostos num museu, onde é possível ver valiosas esculturas, sarcófagos e mosaicos romanos. O parque de Ostia Antica é muito extenso e visitá-lo, com guia, não deve demorar menos de uma manhã ou tarde inteiras. Aconselho a levar sapatos ou calçado extreamente confortável, protector solar e água. É possível almoçar no local, num snack-bar que existe atrás do museu, e comprar recuerdos. O parque abre diariamente ao público às 8:30 e encerra às 17h, 18h ou 18:30 dependendo da época do ano.

Entrada para museu, Ostia Antica

Estátuas, museu Ostia Antica

Túmulos, museu Ostia Antica

Roma: Santa Maria del Popolo & San Clemente

A minha passagem pelas igrejas de Santa Maria del Popolo e de San Clemente, em Roma, foi feita por acaso. A primeira está situada em plena piazza del Popolo (de que já falei anteriormente aqui no Desporto: Viajar) e a outra pode ser encontrada bem próxima do Coliseu. Esta última é conhecida pelas suas galerias inferiores e nascentes subterrâneas. Não estão próximas entre si. As duas igrejas são tidas como sendo das mais belas na capital romana, especialmente a primeira que representa um modelo perfeito da arte e arquitectura romanas.

Santa Maria del Popolo

San Clemente

Santa Maria del Popolo

Se está com tempo e não tem pressa, pode e deve entrar nesta igreja. A entrada é gratuita. No local, mestres do início do Renascimento, como Pinturicchio e Bramante, do Renascimento (Rafael) e do Barroco, Caravaggio e Bernini, exercitaram o seu género em todas as disciplinas em que tiveram amplo mérito, na pintura, escultura, arquitectura e decoração. A fachada é renascentista e o interior barroco. Santa Maria del Popolo é uma das poucas igrejas com capelas importantes ainda perfeitamente intactas, cujo conjunto das obras nos conta situações e histórias particularmente complexas. Talvez por isso a maioria delas só pode ser vista do lado de fora das grades, estragando, a meu ver, o efeito que se pretende criar no visitante com tamanha obra de arte.

Além da abside de Bramante, o destaque na visita a Santa Maria del Popolo vai, assim, para a capela Chigi, de Rafael (desenhada pelo próprio em 1519-23 para o banqueiro do papa, Chigi), a capela Chigi, de Bernini (cujo trabalho foi encomendado para terminar o que Rafael havia começado antes), e para o quadro “Martírio de São Pedro”, de Caravaggio, que tinha sido emprestado à Rússia para uma exposição sobre o artista durante a minha passagem pelo local.

Em baixo, algumas fotos do local.

Cúpula

Um papa bem conhecido

Abadia

Altar

San Clemente

Particularmente, achei a basílica de San Clemente uma decepção. Além de ter de esperar quase uma hora para conhecer o seu interior, bem como as suas zonas inferiores, porque estava a decorrer um funeral, o próprio interior em si não é luxuriante. E as zonas inferiores, a meu ver, nada têm de especial. Mas vamos por partes. Os guias dizem que este lugar proporciona como nenhum outro uma imagem tão clara dos diversos estratos e milénios de riquezas culturais de Roma. Eu duvido, sinceramente, disto.

O  estrato mais baixo segue praticamente inexplorado, datando provavelmente do séc. II a.C. O nível mais profundo já escavado fornece vestígios de edifício do séc. I d.C., incluindo uma estruturas paleocristã de um templo consagrado a adorar o deus Persa, Mitra. Sobre estes estava situada uma basílica praticamente intacta, do séc. IV d.C, que seria mais tarde incendiada pelos Normandos. Uma nova igreja daria assim lugar à basílica consumida pelas chamadas.

A entrada em San Clemente pode ser feita pelas suas duas portas, a principal ou a lateral que dá para a piazza da Via de San Giovanni in Laterano. A entrada para a igreja interior e zonas inferiores é feita por um vestíbulo da sacristia, onde existem livros, diapositivos e belos postais das duas igrejas e do templo de Mitra. As galerias inferiores não são aconselhadas a claustrofóbicos, ainda que os sons das nascentes subterrâneas possam despertar algum alívio. A entrada custa 5€ e não tem guia incluído. Está aberta das 9h às 12:30 e das 15 às 18 horas. Nos Domingos abre às 10h.

Eu, nas “catacumbas”

“Catacumbas”

Pormenor I

Pormenor II

Apesar de as fotos serem proibidas, tirei algumas no local, dado o tédio que me consumia. É que não foi mesmo nada surpreendente. As fotos não têm, porém, muita qualidade. Era pouca a iluminação no local. A minha visita ao local foi feita na tarde do terceiro dia em Roma e substituiu uma ida à Via Appia Antica. No post seguinte, dedicada à Ostia Antica, explicarei porque tomei esta decisão.